sábado, 18 de dezembro de 2010

AS BODAS DE OURO DO DIABO

       AMÉRICA FAZ, HOJE, 50 ANOS QUE NÃO CONQUISTA O CAMPEONATO CARIOCA
Maracanã, domingo, tarde de 18 de dezembro de 1960. Naquel data, o América conquistva o seu últmo título de campeão carioca. Exatamente, há 50 anos. E tinha tudo para perdê-lo, pois o adversário, o Fluminense, quando mexeu no placar, no segundo tempo, deixou-lhe, pra empatar e virar, aqule tensa meia-horiunha de jogo, quando o relógio parece andar mais depressa, conspirar com a turma do contra.
Fazia 25 anos que o ‘Mequinha”, considerado o segundo time de todos os torcedoers criocas, não era campeão. Ainda bem que aquelas ‘bodas de prata’ não passaram em branco. Pra terminar em festa, o jovem treinador Jorege Vieria, de 25 anos, estabeleceu um compromisso com a sua galera: nada de perder pontos para a ralé. Afinal, tinha montado um time dotado de um conjunto que, se não jogava por música, tinha na coletividade a sua grande força. “E vamo que vamo!”
Pra começo de conversa, o América (foto) não fazia parte do rol de candidatos ao título. Os “grandes” o esperavam vivo, no máximo, até dois metros da praia. E olhe lá! Mas, ledo engano, diriam os pós-modernos da época. No entanto, daquela vez, o Diabo Rubro saiu pra aprontar. No primeiro turno, estreou vencendo o Vasco (1x 0). Depois, empatou com o Flu (1 x 1), o Botafogo (2 x 2) e derrubou o Fla (2 x 1). Só perdeu do Bangu (1 x 0), que não sabia se era pequeno ou médio. Mas, do restante daquela patota, não teve perdão: 3 x 1 Bonsucesso; 2 x 1 São Cristóvão; 2 x 0 Portuguesa; 3 x 0 Canto do Rio e 1 x 0 Madureira.
Os quatro milhões de habitantes do Rio “sessentão”, vivendo seus últimos dias de capital brasileira, estavam chocados com a ousadia do Diabo. Chocante mesmo! Principalmente, porque o América mantivera, no returno, a receita do Jorge, para o turno: espalhou brasa pra cima dos “completa tabela” – 2 x 0 Portuguesa; 4 x 1 Olaria; 1 x 0 Bangu; 2 x 0 São Cristóvão; 2 x 0 Canto do Rio; 2 x 1 Madueira e 2 x 1 Bonsucesso. De quebra, empatou com Vasco (0 x 0), Flamengo (1 x 1) e Botafogo (3 x 3), e temperou o caldo do Diabo, com 2 x 1, na rodada final, sobre o Fluminense. Pois é! Daquela vez, o “Mequinha” não fez bodas de prata. Mas, hoje, comemora bodas de ouro – sem título.
O JOGO DA TAÇA - O América, modernamente, seria “o sem estrelas”. Antigamente, um “time de “ninguém”. Beleza, ótimo para o Fluminense. Os tricolores avisaram, logo: “Ninguém tasca! Vou passar a temporada toda na liderança!”. E passou. Só esqueceu de combinar, com o Diabo, na última rodada do Campeonato Carioca de 1960.
Quando “Sua Senhoria, o juiz”, Wilson Lopes de Souza, mandou a bola rolar, o ‘Mequinha’ sacou o lance, rápido: como empate daria o bi ao Flu, este ficava na dele, convidando o Diabo a morder. Que viesse a turma do “inferno rubro”, pois a defesa “pó-de-arroz” era fera. E não teve mesmo pra rapaziada do Jorge Vieira. Primeiro tempo rolando no 0 x 0, bom demais pra o pessoal das Laranjeiras. E melhorou, ainda mais, aos 26 minutos, quando Telê encobriu o goleiro Ari. A “gorduchinha” ia seguindo, para o ângulo direito das traves americanas, quando, no meio do caminho, o zagueirão Wilson Santos deu-lhe uma mãozinha, para parar por ali. Pênalti! Mas que diabos! O Diabo aprontara na área errada.Pinheiro chuta, Ari defende, mas a bola voltando aos pés do zagueiro tricolor (foto) vai morrer no fundo da rede: Flu 1 x 0 e jogando bem. Fim de papo com o Diabo? Que nada! Os tricolores desandaram, quando o “ladrão de boals” Paulinho saiu de campo, machucado, deixando sua vaga para Jair Santana. Esperto, Jorge Vieria tirou Antoninho e mandou Fontoura pro jogo, ao ver o concorrente perdendo o meio-de-campo e com o ataque sem municiamento. Passou a pressionar.
O Fluminense até que começou o segundo tempo ainda campeão. Aos quatro minutos, levou um susto. Fontoura serviu Ivan, que jogou bola na área tricolor. Nilo acreditou no lance, chegou primeiro e empatou: 1 x 1. (foto). O Flu ainda era campeão. Aliás, bi. Era só se segurar, o que fez, quando o América jogava melhor. O Diabo gostou daquela brincadeira e tocou fogo na final. O cronômetro de Wilson Lopes de Sousa marcava 12 minutos para o Flu ser bi, qundo “Sua Senhoria” viu uma falta contra Castilho. De fora da área, forte e com efeito, Nilo bateu. O goleirão pegou e largou. Presente no pé drieito do lateral Jorge, que não perdoou: 2 x 1. (foto abaixo). O “Diabo” mandou o “Pó-de-Arroz” pro inferno. Há 50 anos – já não fazem mais infernos, como antigamente.
FICHA TÉCNICA

América 2 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã. Árbitro: Wuilsn Lopes de Souza. Gols: Pinheiro, aos 26 min do 1º tempo; Nilo, aos 4, e Jorge, aos 33 min do 2º tempo. Renda: Cr$ 3. 976.606,00. Púlico: 98.099 pagantes. América: Ari; Jorge, Djalma Dias, Wilson Santos e Ivan; Amaro e João Carlos; Calazans. Antoninho (Fontoura), Quarentinha e Nilo. Técnico: Jorge Vieira. Fluminense: Castilho; Jair Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair; Edmilson e Paulinho (Jair Francisco); Maurinho, Telê Santana, Valdo e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira.

Um comentário:

  1. Eunivaldo Melloo Fontoura,ex-jogador que fez a alegria de muitos torcedores,faleceu dia 07/04/2011 deixando uma historia de vitorias.

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