quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O DUELO BRASIL X CHILE

CHILENOS SÃO FREGUESES DE CADERNO

Iniciado em 8 de julho de 1916, pelo então Campeonato Sul-Americano, que passou a ser chamado de Copa América, desde 1987, o duelo entre brasileiros e chilenos apresenta vantagem massacrante dos canarinhos sobre “Los Rojos”: 47 vitória, em 66 jogos, contra sete do adversário e 12 empates.
Além da Copa América, quando jogaram 21 vezes, brasileiros e chilenos se encontraram, ainda, em duas ocasiões, pelos Jogos Pan-Americanos; outras duas pela Taça Amizade; em 10 edições da Taça Bernardo O´Higgins; mais 10 valendo vaga nas Eliminatórias da Copa do Mundo; em três Mundiais e, ainda, por 18 amistosos. O saldo dos confrontos registra 155 bolas nas redes chilenas, contra 55 nas "brasucas", o que dá ao time canarinho o saldo de 100 tentos. Como se lê, o Chile é um autêntico “freguês de caderno”.
 No primeiro duelo entre os dois países, em 13 de junho de 1962, no Estádio Nacional de Santiago, valeu vaga na final da Copa do Mundo que os chilenos promoviam. Até pisar no gramado, o time do treinador Aymoré Moreira viveu uma verdadeira aventura. Hospedada em em Qilpué, na pousada El Retiro, perto de Viña del Mar, a delegação brasileira entrou numa paranóia de achar que o cozinheiro chileno que os servia sabotaria o almoço, para a Seleção passar mal durante o jogo contra os anfitriões. Viajou de trem, para Santiago, com os jogadores comendo só sanduíche, enquanto o dentista Mário Trigo os enrolava, contando muitas piadas.
Veio o jogo e o Brasil não deu chance de sonhar aos chilenos. Mandou indiscutíveis 4 x 2, com dois gols de Garrincha (foto), aos 9 e aos 32 minutos do primeiro tempo, e de Vavá, aos 2 e aos 33 da etapa final – Toro, aos 42 da primeira fase, e Leonel Sanchez, cobrando pênalti, a 28 minutos do apito final, descontaram para os donos da casa. A expectativa dos chilenos por vaga na decisão era tanta que, ao meio-dia, não havia mais como achar um jeito regular de entrar no estádio. Mesmo assim, os torcedores conseguiram tornar o público em quase nove mil almas acima da capacidade da casa, de 65 mil pagantes, que proporcionaram a maior renda da Copa-62: US$ 309 mil e132 dólares.
Daquele duelo, ficou uma das mais contadas histórias do futebol brasileiro. Expulso de campo, a sete minutos do encerramento, Garrincha era problema para a final, contra a então Tchecoeslováquia. Então, os cartolas da Confederação Brasileira de Desportos agiram rápido e sumiram com o “bandeirinha” uruguaio Esteban Marino, que dedurara Mané, ao árbitro peruano Arturo Yamazaki. Como este não vira e nem anotara nada na súmula, o “pontapezinho de amizade” que Garrincha dera, com qualificara, no bumbum de Eládio Rojas, foi desconsiderado, por falta de provas, pois não se encontrou Esteban Marino para depor no julgamento do ponta-direita brasileiro, que terminou sendo, apenas, advertido.
O Brasil venceu com: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. O Chile foi: Escuti; Eyzaguirre, Raul Sanchez e Rodrigues; Contreras e Rojas: Ramirez, Toro, Landa, Tobar e Leonel Sanchez.
GOLEADA NA COPA DA FRANÇA – A Seleção Brasileira vinha de derrota, por 2 x 1, para a Noruega, mas já estava nas oitavas de final, vencendo Escócia (2 x 1) e Marrocos (3 x 0). O jogo contra o Chile seria em 27 de junho de 1998, no Parc des Princes, em Paris, e os 48.500 pagantes estavam de olho em Ronaldo Fenômeno, o melhor jogador do mundo, que havia marcado o seu primeiro gol em Mundiais no dia 16, no Le Beaujoire, em Nantes, assisitido por 33.266 fãs do seu futebol.
Para aquele jogo, apitado pelo francês Marc Batta, o Chile levava uma dupla atacante terrível, Salas e Zamorano. Mas foi o Fenômeno quem “matou”. Sofreu um pênalti, cometido por Tapia, que ele cobrou e converteu, aos 47 minutos do primeiro tempo, voltou à rede, aos 25 do segundo, e ainda mandou duas bolas nas traves na mesma etapa. Como César Sampaio, aos 11 e aos 27, da etapa inicial, havia marcado dois, a vaga já estava carimbada ao final da fase inicial – Marcelo Salas descontou para “Los Rojos”, aos 28 da fase final.
Tendo Zagallo por treinador, o Brasil escalou: Taffarel; Cafu, Júnior Baiano, Aldair (Gonçalves) e Roberto Carlos; Dunga, César Sampaio, Rivaldo e Leonardo: Bebeto (Denílson) e Ronaldo. O Chile, do técnico Nelson Acosta, foi: Tapia; Fuentes, Margas, Reyes e Ramírez (Estay); Aros, Cornejo, Acuña (Musrri) e Sierra (Veja); Zamorano e Salas.
BALAIADAS – A maior maldade que a Seleção Brasileira já fez com a chilena foi em 17 de setembro de 1959, no Maracanã. O jogo valia pela Taça O´Higgins e os canarinhos fizeram 7 x 0. Isso, sem o contundido Garrincha e o magistral Didi, defendendo o espanhol Real Madrid. Mas Pelé estava inspirado e pipocou o barbante três vezes. Dorval, Quarentinha (2) e Dino Sani completaram o serviço.
A primeira goleada brasileira foi em 11 de maio de 1919, quando a Copa América era Sul-Americano: 6 x 0. Em 7 de setembro de 2007 houve um 6 x 1, pela mesma disputa. Em 22 de março de 1970, rolou 5 x 0, amistosos e repetidos em 4 de setembro de 2005, pelas Eliminatórias da Copa. E, em 29 de junho de 1960, os 4 x 0 de um outro amistoso.
A primeira vez que o Chile endureceu um jogo contra o Brasil foi em 17 de novembro de 1922, no 1 x 1 válido pelo então Sul-Americano. A primeira vitória saiu em 24 de janeiro de 1956, também pelo torneio continental, e, enfim, deu uma goleada, em 3 de julho de 1987, pela Copa América, já com este nome. No último duelo, em 28 de junho de 2010, no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, pelo Mundial da África do Sul, o Brasil mandou 3 x 0, com gols de Juan, aos 34, e Luís Fabiano, aos 37 minutos do primeiro tempo, e de Robinho, aos 14 da etapa final (foto). O time foi: Julio Cesar; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Ramires, Daniel Alves e Kaká (Kleberson); Robinho (Gilberto) e Luis Fabiano (Nilmar). Os chilenos, treinados pelo técnico argentino Marcelo Bielsa, contaram com: Bravo; Isla (Millar), Contreras (Rodrigo Tello), Jara e Fuentes; Carmona, Vidal e Beausejour; Sánchez, Suazo e Mark González (Valdivia). O inglês Árbitro: Howard Webb foi o árbitro.

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