segunda-feira, 17 de maio de 2010

LÚCIO, O PRIMEIRO "PORTUGUÊS”

  Dizem os marqueteiros que Brasil e Portugal são países irmãos. Então, já que é assim, nada de mais os “brasilairos vestirem a camisola da equipa lusa”. Nesse papo, teremos, na Copa do Mundo-2010, o zagueiro Pepe (Kepler Laveran Lima Ferreira), o meia-atacante Deco (Anderson Luís de Sousa) e o goleador Liédson (da Silva Muniz) indo ao “relvado”, não só para defender a honra do time das plagas do cruel, impiedoso e bombardeador Vasco da Gama, como, até, nos desafiar, no dia 26 de junho.
Pois bom, meu venturoso rei! Não é de agora, desses tempos pós-modernos, que brasileiros jogam pelo selecionado lusitano de futebol. Ou o dirigem. Por exemplo: durante a Copa-66, roubada na Inglaterra – depois, eu conto esta história –, o time canarinho, do técnico Vicente Feola, foi mandado embora, da terra dos Betles, por conta de indiscutíveis 3 x 1 lusitanos. Era treinada pelo "vascaíno" Oto Glória. Mais recentemente, na “Era Dunga”, sob as ordens do "gremista" Luiz Felipe Scolari, o Felipão, eles nos mandaram indiscutíveis 2 x 0, amistosamente, em 6 de fevereiro de 2007, no Emirate Stadium, de Londres.
Na década-70 tivemos Celso Matos, “um médio, do Porto e, também, oriundo das terras de Ver Cruz, brigando pela bola em nome da, também chamada, “pátria mãe”, em três compromissos. No entanto, a honra de ter sido o primeiro brasileiro a jogar pela seleção portuguesa de “ludopédio” coube ao zagueirão Lúcio Soares, que mandava um pau seguro na zaga do Soprting, de Lisboa. Nascido em 31 de maio de 1934, ele foi cria da Portuguesa Carioca, a “Zebra da Ilha do Governador”, pela qual jogou, até 1955, quando transferiu-se, para o América. Em 57, o "Mequinha" o negocuiou por antigosCr$ 7 milhões de cruzeiros, e ele atravessou o Atlântico, rumo à sua aventura sportinguista, que o deixou rico.
Quando chegou em terras lusas, Lúcio foi alertado, pelos mais velhos na praça, de que o futebol de lá uma verdadeira bagunça. Melhorias só depois que Oto Glória começou a exigir mais profissionalismo do Benfica, despertando o gigante adormecido.
Lúcio, filho de portugueses, foi titular por cinco jogos da seleção portuguesa. Em 1962, durante os preparativos dos brasileiros, visando o bi trazido do Chile, ele jogou, duas vezes, contra seu povo. Em seis de maio daquele “meia-dois”, amistosamente, no Pacaembu, em São Paulo, o Brasil fez 2 x 1 nos “gajos”, com gols de Zagallo e Zequinha, enquanto Coluna descontou, abrindo o placar. A seleção portuguesa contou com: Costa Pereira, Lino (José Carlos), Fernando Mendes, Hilário, Lúcio, Vicente, Yaúca, Eusébio, José Augusto (Simões), Coluna e Serafim. Três dias depois, com 130.874 pagantes, no Maracanã – o jogo em Sampa não teve público e renda divulgados –, o Brasil fez 1 x 0, com gol de Pelé. O time português foi o mesmo, mas com Simões substituindo Serafim, a partir dos 46 minutos.
Naqueles amistosos, os portugueses foram dirigidos por dois treinadores, Júlio Cernadas Pereira, o Juca, e Armando Ferreira. O árbitro das duas partidas foi o chileno Cláudio Vicuña.
 No final da carreira, Lúcio defendeu o mineiro Flamengo, de Varginha, que chegou a empatar, por 0 x 0, com o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Estadual de 1971, em 14 de março, diante de 3.738 pagantes, um dos quais era eu. O time dele era: Eduardo (Roberto), Arnaldo, Lúcio, Duza, Grego, Toninho, Marcílio, Carlos Roberto, Julião, Paulão (Selmo) e Parodi, dirigidos por Moacir Rodrigues. A Raposa do dia teve: Hélio; Pedro Paulo, Mário Tito, Miro e Vanderley; Toninho, Spencer (Dirceu Batista) e Gilberto. Eduardo Amorim (Gil), Palhinha e Rodrigues. O técnico, João Crispim.

sábado, 1 de maio de 2010

O ROMANCE (DO BRASIL) DA COPA DO MUNDO–1

 
Futebol promove o maior espetáculo da terra


O futebol tem como ponto de partida o chute primitivo, em diversos objetos. Há 2.500 anos antes de Cristo (AC), por exemplo, os chineses já usavam uma esfera de couro, para golpear. Havia quem mandava a pancada na cabeça cortada dos vencidos em combates, num ritual de guerra. Na Grécia (foto), um século AC, a bola era de bexiga de boi, cheia de areia. Outros a faziam com tecidos.
  De forma moderna, o futebol surgiu por intermédio de estudantes ingleses, no século 19, com cada colégio tendo as suas regras - convite certo para brigas e discussões. Para evitá-las, em 26 de outubro de 1863, os jovens futeboleiros londrinos reuniram-se na taberna Freemason´s, para definir uma lei única. Mas terminaram desentendo-se. Resultado: um grupo criou uma liga, para o rugby,e o outro a primeira entidade regularizadora da modalidade, a Football Association, que distribuiu a sua cartilha, pelas escolas da capital inglesa. Em 1904, surgiu a Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, que coordena a entidade, mundialmente.
No Brasil, segundo os pesquisadores, o futebol foi jogado, inicialmente, por marinheiros estrangeiros e convidados brasileiros, em praias de Pernambuco e de Santos-SP, e por estudantes, nas escolas católicas e laicas, de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Mas coube ao paulista Charles Miller (foto) – filho de imigrantes ingleses que passara 10 anos estudando na Europa – organizá-lo, em 1894. Na volta, ele trouxe duas bolas de couro, um livro de regras e uniformes para os times.
Em abril do mesmo 1894, realizou-se aquela que é considerada a primeira partida do futebol brasileiro, com a equipe de Charles Miller – fez dois gols –, o São Paulo Railway, vencendo o Gás Company, por 4 x 2, no bairro do Brás, na várzea do Carmo, em frente ao gasômetro da capital paulista.
No Rio de Janeiro, poucos conheciam a nova modalidade esportiva, com exceção de ingleses que praticavam o críquete, chegado um século antes. Foi outro sujeito que, também, estudara na Europa - Oscar Cox -, de onde regressara, em 1897, quem o integrou aos cariocas (foto), levando quatro anos para conseguir reunir 10 rapazes que pudessem formar, com ele, um time. Assim, o primeiro jogo de futebol no Rio de Janeiro só ocorreu em 1º de agosto de 1901, com a turma de Cox encarando os ingleses do Rio Cricket Clube, em Niterói. Arrancaram o empate, por 1 x 1.
Naqueles primórdios da bola rolando por aqui – a primeira, de couro cru, segundo a maioria dos pesquisadores, foi feita pelo padre Manuel Gonzales, para os seus alunos, no Colégio Vicente de Paula, em Petrópolis-RJ -, só os ricos podiam jogar o futebol, pois o material de prática era caro e importado.
CLUBES MAIS ANTIGOS – Em 13 de maio de 1888, entre um gole e outro, numa mesa de um bar da paulistana Rua São Bento, engenheiros ingleses, da São Paulo Railway - entre eles, William Snape, William Speer, William Rule, Charles Walker, Percy Lupton e Peter Miller - e alguns comerciantes da terra, criaram a primeira entidade social-desportiva da cidade, o São Paulo Athletic Club, inicialmente, dedicado ao críquete e que, depois, manteve o futebol, até 1912, tendo conquistado os títulos paulistas de 1902/3/4 – atualmente,Clube Atlético São Paulo, disputando só competições amadoras. A glória da maior antiguidade, portanto, é do SPAC (foto), como era chamado.
Das agremiações em atividade, a mais antiga é o gaúcho Sport Club Rio Grande, nascido em 19 de julho de 1900. Torcedores do Botafogo Futebol e Regatas (01.07.1894); do Clube de Regatas Flamengo (17.11.1895); do Clube de Regatas Vasco da Gama (21.08.1898); do Esporte Clube Vitória-BA (13.05.1899) e da Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas-SP (11.08.1900) alegam que os seus clubes são mais velhos. Tudo bem! Só que eles não surgiram dedicados ao futebol. Isso pintou depois.
 Também, naqueles primórdios, foram criados clubes, como o Rio Cricket Athletic Association-RJ (1897); Associação Athlética Mackenzie College-SP(1898); Esporte Clube Internacional-SP e Esporte Clube Germânia-SP(1899); Clube Atlético Paulistano-SP e Savóia de Voltorantim-SP (1900); Paisandu Cricket Clube-RJ; Fluminense Futebol Clube-RJ (foto) e Clube Atlético Internacional-SP (1902); Esporte Clube Americano-SP, Foot-ball and Athletic Club-RJ e Esporte Clube Baiano-BA (1903). Foi a partir dessa semente que o Brasil conquistou cinco Copas do Mundo.
RUMO AO PENTA - Em 1930, desorganização; em 34, melhoramos, um pouco; em 38, mostramos o talento do lateral Domingos da Guia e do goleador Leônidas da Silva; em 50, levamos um tombo monumental, após construirmos um templo para o futebol, o Maracanã, onde os uruguaios, com um time que quase não viria disputar o Mundial, levaram a taça que o velhinho Jules Rimet se preparava para nos entregar; em 54, demos um novo vexame, com gente saindo no tapa com quem era melhor em campo, e cartolas exigindo amor à bandeira nacional. Assim foram os nossos cinco primeiros Mundiais.
Para a Copa de 30, no Uruguai, os paulistas brigaram com a CBD, por não incluir nenhum dos seus homens na comissão técnica e, em represália, negaram os atletas das suas equipes à seleção. Em 34, os nossos atletas não sabiam que empatar um jogo seria bom para os dois times, e se matavam, em campo, desnecessariamente. Naquela Copa, até o divino Domingos deu pontapé em adversário, dentro da área. Não lhe avisaram que era pênalti.
 Em 50, o treinador Flávio Costa invocou-se com o bico mole da chuteira do lateral Nilton Santos, que não jogou nenhuma partida, porque causa daquilo. Nilton, a Enciclopédia, foi eleito o melhor lateral-esquerdo do século 20. Ainda bem que as nossas pisadas na bola terminaram em 1958, quando foi planejado um trabalho para dar no que deu: Brasil, o melhor do mundo – bisou feito, em 1962 (foto).
O COMEÇO DA COPA - Em 8 de maio de 1902, o comerciante holandês Carl Wilhelm Hirschmann escreveu uma proposta de união das entidades comandantes do futebol em cada país. Na França, o presidente da Union des Societés Françaises de Sports Athletiques, Roberto Guérin, gostou do que lera e correu atrás. Dois anos 13 dias depois, reunidos em Paris, os dirigentes futebolísticos de Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Suécia e Suíça fundaram a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA). Era plano da entidade realizar um campeonato mundial entre seleções nacionais. Só que nenhum país topava promovê-lo, alegando deficiências nos seus meios de transportes e ainda a pouca receptividade do futebol.
Estava escrito, porém, que, em 1919, o presidente da entidade francesa (desde 1910), Jules Rimet (foto), estaria na presidência da FIFA e conseguiria mostrar aos cartolas, após as Olimpíadas de Paris-1924, que o torneio de futebol – com 25 equipes de vários continentes – deixara um bom lucro para os anfitriões.
Pelos próximos três anos, Rimet dedicou-se a viajar, pela Europa, vendendo o seu sonho de uma Copa do Mundo. Apresentou, oficialmente, a proposta, no congresso que a FIFA realizou, em 1927, em Helsinque, na Finlândia, e o aprovou, após as Olimpíadas de Amsterdan, na Holanda, um ano depois. O sonho virava realidade, de quatro em quatro anos. Équando o atleta brasileiro exibe todo o seu talento, pelos gramados do mundo, e o torcedor faz a festa, repleta de muita criatividade, principalmente quando se tem caneco na mala. Vamos conferir esta história, abaixo.

O ROMANCE (DO BRASIL) DA COPA DO MUNDO–2

                 Briga de cartolas prejudica Seleção de 1930
 Bicampeão olímpico, em 1924 e em 1928, e vivendo, em 1930, o ano do seu centenário de independência, o Uruguai candidatou-se a promover o pioneiro Mundial de Futebol, oferecendo o pagamento das despesas dos visitantes. Como as viagens intercontinentais ainda eram por navios, só cinco países europeus toparam: Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Paraguai, Peru e, evidentemente, o Uruguai, foram os demais participantes: 13 seleções, com o Uruguai campeão, vencendo a Argentina, na final, por 4 x 2.

A bola rolou, em 13 de julho, no campo do Peñarol, em Pocitos, entre França e México. Aos 19 minutos do primeiro tempo, o francês Lucien Laurent (foto) marcou o primeiro gol de um Mundial, em jogo que os europeus golearam, por 4 x 1. Bolas e mais bolas adiante, no Grupo 1, os argentinos, campeões sul-americanos, em 1927 e 29, passaram franceses, mexicanos e chilenos para trás. No 2, deu Iugoslávia. No 3, os uruguaios foram melhores do que peruanos e romenos, enquanto o 4 teve os Estados Unidos surpreendendo paraguaios e belgas.
BRASILEIROS – Campeões continentais, em 1919 e em 1922, os nossos futebolistas ainda não viviam um regime totalmente profissional. Prejudicada pela briga entre a Confederação Brasileira de Desportos e Federação Paulista de Esportes Athléticos – devido a já citada não inclusão de um cartola paulista na comissão técnica –, a Seleção Brasileira foi formada só por jogadores de times cariocas. Teve, sim, um paulista, Araken, mas inscrito como sendo do Flamengo, já que estava sem contrato com seu clube, o Santos.
Por causa daquela briga, a equipe fez, apenas, três treinos, no Rio de Janeiro. Os demais foram a bordo do navio Conte Verde. A estréia, em 14 de julho, no Parque Central, foi apitada pelo uruguaio Domingo Lombardi, teve 5 mil espectadores e derrota, por 2 x 1, para a Iugoslávia. Três dias depois, com arbitragem do francês Gilbert Balway, os brasileiros golearam a Bolívia, por 4 x 0, sob as vistas de 3.200 tordcedores, no Estádio Centenário, placar insuficiente para ir adiante, pois os iugoslavo, também, haviam mandado 4 x 0 nos bolivianos. No confronto contra os “vizinhos andinos”, os gols foram de Moderato, aos 37 minutos do primeiro tempo e aos 28 do segundo, e de Preguinho, aos 12 e os 38 desta mesma etapa final.

O primeiro “gol copeiro” brasileiro foi marcado por Perguinho (João Coelho Neto) (foto), aos 16 minutos do segundo tempo, debaixo de um frio de dois graus negativos, o que fez a equipe jogar com casacos grossos, de lã, por debaixo da jaqueta branca, com golas azul-escuro. Os iugoslavos liquidaram o placar em apenas 10 minutos, entre os 21 e 31, respectivamente, com Tirmanick e Bek. A primeira Seleção Brasileira (foto) em Mundiais foi: Joel, Brilhante e Itália; Hermógenes, Fausto “Maravilha Negra” e Giudicelli; Poly, Nilo, Araken Patuska, Preguinho e Teófilo.
 A equipe da segunda partida: Veloso, Zé Luís e Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Benedito Menezes, Russinho,Carvalho Leite (foto, de bigode), Preguinho e Moderato. O comando coube a uma comissão técnica formada por Píndaro de Carvalho Rodrigues, Gilberto de Almeida Rego e Egas Mendonça.
TODOS OS RESULTADOS – França 4 x 1 México; Argentina 1 x 0 França; Chile 3 x 0 México; Chile 1 x 0 França; Argentina 6 x 3 México; Argentina 3 x 1 Chile; Iugoslávia 2 x 1 Brasil; Iugoslávia 4 x 0 Bolívia; Brasil 4 x 0 Iugoslávia; Romênia 3 x 0 Peru; Uruguai 1 x 0 Peru; Uruguai 4 x 0 Romênia; Estados Unidos 3 x 0 Bélgica; Estados Unidos 3 x 0 Paraguai; Paraguai 1 x 0 Bélgica; Argentina 6 x 1 Estados Unidos; Uruguai 6 x 1 Iugoslávia e (final) Uruguai 4 x 2 Argentina. CLASSIFICAÇÃO FINAL: 1 – Uruguai (foto); 2 – Argentina; 3 - Estados Unidos; 4 – Iugoslávia; 5 – Chile; 6 – BRASIL; 7 – Romênia; 8 – Paraguai; 9 – França; 10 – Peru; 11 – Bélgica; 12 - Bolívia e 13 - México.

O ROMANCE (DO BRASIL) DA COPA DO MUNDO–3

 Seleção Brasileria só disputou um jogo em 1934

 A Itália ganhou, em casa. Vitória com muitos proveitos políticos para o homem-forte italiano, o fascista Benito Mussolini, que atribuía a conquista à superioridade de sua raça. No poder, desde 1922, Mussolini colocou membros do seu partido na organização do Mundial, e até a presidência da entidade nacional do futebol da “bota” estava sob o comando de um general de sua total confiança, Giorgio Vaccaro. Fora do “script” para o segundo Mundial de Futebol só mesmo a ausência do primeiro ganhador, o Uruguai. Seus campeões exigiam grana alta para irem à Itália. Além do mais, uma briga interna, entre amadores e profissionais, era motivo para retribuir o boicote italiano ao torneio de 1930. Enquanto isso, os ingleses continuavam não querendo se misturar.
Se, para a Copa de 30, foi preciso adular os participantes, para a de 34, já se inscreveram 31 pretendentes a 16 vagas. O Brasil, que piorou e terminou em 14º lugar, não disputou eliminatórias, beneficiado pela desistência do Peru. O mesmo aconteceu à Argentina, tendo em vista que o Chile, também, caiu fora.
A disputa começou em 27 de maio, com os anfitriões goleando os Estados Unidos, por 7 x 1, no atual Estádio Flamínio, em Roma – antes, Estádio do Partido Nacional Fascista. Nas quartas-de-final, os italianos igualaram-se, com os espanhóis, 1 x 1, em Florença. Foi preciso um jogo extra, no dia seguinte, quando Giuseppe Meazza, o craque daquele Mundial, classificou a “Squadra Azurra” às semifinais: 1 x 0, mesmo placar da semifinal, contra a Áustria, no Estádio San Siro, em Milão.
 Em 10 de junho, Itália e Tcheco-Eslováquia, que eliminara a Alemanha nazista, de Adolf Hitler, por 3 x 1, fizeram a decisão. Os visitantes abriram o placar, com Puc, mas a Itália, do treinador Vittorio Pozzo, virou: 2 x 1, com tentos de Orsi e Schiavio.
BRASILEIROS – Em 1930, uma briga entre cartolas; em 34, uma disputa política. E o Brasil comparecia a um novo Mundial sem a sua força máxima. Desta vez, porque, em 1933, a Associação Paulista de Esportes Athléticos e a Liga Carioca de Futebol – pró-profissionais – abandonaram a Confederação Brasileira de Desportos, fundaram a Federação Brasileira de Futebol e negaram os seus principais atletas à Seleção.
  Como a CBD, filiada à FIFA, era dominada pelo Botafogo, seu principal cartola, Carlito Rocha, convocou nove jogadores alvinegros, e mais oito de outros clubes, entregando-os ao treinador Luís Vinhais. Em 12 de maio, o time embarcou, no navio Conte Biancamano, para uma viagem de 11 dias, entre o Rio de Janeiro e a italiana Gênova, e fez os treinos no convés da embarcação. Houve, por fora, 40 minutos de bate-bola, durante a escala na espanhola Barcelona, e uma outra movimentação com bola, em um terreno desgramado.

No meio daquela desorganização toda, a Seleção Brasileira (foto)só disputou um jogo na Copa de 34. Perdeu, por 3 x 1, da Espanha, em 27 de maio, diante de 40 mil assistentes, no Estádio Luigi Ferraris, de Gênova. Sobraram queixas, contra o árbitro alemão Alfred Birlem, que anulou um gol, de Luisinho, e não marcou um pênalti, cometido por Quincoces. Pra completar, lamentos pelo penal perdido, por Waldemar de Brito – defendido pela lenda Ricardo Zamora.
Os espanhóis marcaram, no primeiro tempo, por intermédio de Iraragorri, de pênalti, aos 18, e de Lángara, aos 27 minutos. Leônidas da Silva, aos 11, da etapa final, diminuiu, mas Lángara voltou a balançar a rede, aos 32. O time brasileiro jogou com: Pedrosa, Sylvio Hoffmnan e Luiz Luz; Tinoco, Martim Silveira e Canalli; Luisinho, Waldemar de Brito, Armandinho, Leônidas e Patesko.
TODOS OS RESULTADOS – Alemanha 5 x 2 Bélgica; Áustria 3 x 2 França; Hungria 4 x 2 Egito; Espanha 3 x 1 Brasil (foto); Itália 7 x 1 Estados Unidos; Suécia 3 x 2 Argentina; Suíça 3 x 2 Holanda; Tcheco-Eslováquia 2 x 1 Romênia; Áustria 2 x 1 Hungria; Itália 1 x 1 Espanha; Alemanha 2 x 1 Suécia; Tcheco-Eslováquia 3 x 2 Suiça; Itália 1 x 0 Espanha (desempate); Itália 1 x 0 Áutria: Tcheco-Eslováquia 3 x 1 Alemanha; Alemanha 3 x 2 Áustria e Itália 2 x 1 Tcheco-Eslováquia.
 CLASSIFICAÇÃO FINAL: 1 – Itália; 2 – Tcheco-Eslováquia; 3 – Alemanha; 4 – Áustria; 5 – Espanha; 6 – Hungria; 7 – Suiça; 8 – Suécia; 9 – Argentina; 10 – França; 11 – Holanda; 12 – Romênia; 13 – Egito; 14 – BRASIL; 15 – Bélgica e 16 – Estados Unidos.