quarta-feira, 25 de novembro de 2009

NOVEMBRO DE 1963: SANTOS, BI MUNDIAL

Há 46 anos, numa noite, no Maracanã, o Santos Futebol Clube conquistava o seu segundo título intercontinental, vencendo o italiano Milan, por 1 x 0, com o gol marcado pelo lateral-esqerdo Dalmo, cobrando pênalti.

Para chegar à sua maior conquista, os santistas precisaram devolver, na noite chuvosa de 14 de novembro, também na casa carioca, os mesmos 4 x 2 sofridos ante os “rossoneros”, em 16 de outubro, no estádio San Siro, em Milão.

O Milan era um timaço. Seguramente, o melhor da Europa. Naquele segundo jogo, os 132.728 espectadores ficaram incrédulos, assistindo aos italianos abrirem 2 x 0 de frente, com 18 minutos de bola rolando – aos 13, Amarildo driblou Lima, cruzou, da esquerda, Mazzola passou entre Mauro e Haroldo, para cabecear e marcar. Aos 18, Maldini lançou e Mazzola penetrou, pelo meio da defesa santista, para fazer mais um. No entanto, mesmo sem o contundido Pelé, substituído por Almir “Pernambuiquinho”, o Peixe virou o placar, a partir do quarto minuto do segundo tempo, quando Pepe cobrou uma falta, da intermediária. O goleiro Ghezzi nem vira a bola passar, de tão forte que fora o chute.

Quatro minutos depois, debaixo de muita chuva, Dalmo cobrou falta, para a área. O meia Mengálvio cabeceou e empatou: 2 x 2. Aos 16, o meia Lima, em jogada individual, virou o placar, para 3 x 2. Aos 21, novamente, cobrando falta, Pepe devolveu a “fatura”. Agora, era 4 x 2 lá e cá.

O Santos venceu com: Gilmar; Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe. O Milan foi: Ghezzi; David, Trebbi, Trapattoni e Belagali; Maldini e Rivera; Mora, Lodeti, Mazola e Amarildo. A renda de Cr$ 98.075. 500,00 cruzeiros e a arbitragem de Juan Brozzi, auxiliado por Norberto Coerezza e Roberto Goycochéa, todos argentinos.

Para catimbar a decisão, os milaneses entregaram um ofício de protesto à Fifa, alegando que Juan Brozzi havia sido um péssimo árbitro. Inclusive, ameaçaram não disputar a terceira partida, caso ele não fosse trocado. Mas a entidade, que promovia, pela última vez, oficialmente, uma disputa entre o campeão sul-americano e o europeu, não aceitou a pressão.

Veio, então, a noite do 16 de novembro e o Santos balançou a rede, aos 29 minutos do primeiro tempo. No lance do pênalti, Maldini havia acertado um pontapé, no queixo de Almir, gerando dez minutos de uma tremenda confusão, pois os italianos não concordavam com a marcação da falta. Durante as escaramuças, Maldini tentou agradir Juan Brozzi, foi expulso de campo, e os colegas ameaçaram abandonar o gramado. A penalidade, porém, foi cobrada. Dalmo balançou o corpo e chutou, para o canto esquerdo defendido por Balzarini, que até pulou certo, mas não deu para defender. Mais tarde, Ismael acertou uma cabeçada, em Amarildo, e, também, foi expulso.

Na realidade, Juan Brozzi – auxiliado por Praddaude e Goycochéa – foi o grande responsável pela violência em campo, deixando o jogo correr solto. Num dos lances do primeiro tempo, por exemplo, Almir chegou a chutar a cabeça de Balzarini. Em seu livro, “Eu e o Futebol”, o então santista garante que a bola estava mais para ele e que não tivera a intenção de atingr o adversário, que ficou sangrando e teve a cabeça enfaixada. Terminou substituído, na etapa final.

O Santos foi bi, mantendo o time da partida anterior: Gilmar; Ismael, Haroldo, Mauro e Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe. O Milan teve: Balzarini (Barluzzi); Maldini, Belagali, Benitez, Trapattoni e Trebbi; Lodetti e Amarildo; Mora, Mazzola e Fortunato. O jogo rendeu Cr$ 91.546.000,00 e foi assistido por 120.421 pagantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário